sexta-feira, 26 de abril de 2013

A opinião de Mourinho, a ser verdade, está errada!

26.04.2013
Um jornal desportivo espanhol publicou uma noticia no mínimo curiosa. Mourinho considerou Xavi Alonso, Khedira, Ozil e Pepe, como as chaves da derrota, a ser verdade, está errado, senão vejamos!

Comecemos por fazer a seguinte pergunta: E se Mourinho tivesse considerado iniciar o jogo com Callejón na direita e Ozil na posição de Modric? O que mudaria?

Já não é o primeiro jogo que Modric e Xabi Alonso mostram completa incompatibilidade, ainda mais com Khedira pelo meio. Em Manchester funcionou enquanto o United não pressionava, havia espaço e sobretudo porque Khedira tinha passado para o lado direito da defesa.

As previsões apontavam para um Dortmund muito pressionante, cortando todas as linhas de passe, especialmente a Xabi Alonso. Com Modric e Khedira disputando, quem iria para o ataque e quem ficaria na defesa, as coisas complicaram-se, o jogo não se abriu, e ficou mais fácil para o Dortmund controlar a pressão e as linhas de passe. Com esta confusão de posições, num estilo de jogo raramente usado pelo Real, os madrilenos perderam por completo a sua identidade.

Mezut Ozil é o tipo de jogador que tem obrigatoriamente de ter a bola nos pés, motivo pelo qual fugia para o meio do terreno ou recuava na tentativa de receber um passe certeiro. Até aqui tudo bem, o problema é quando o Real joga contra equipas que exercem pressão alta, que empurram a equipa adversária contra o seu próprio meio campo.
Se repararem, das poucas vezes que Ozil recebia a bola, estava no seu meio-campo, atrás da primeira linha de pressão, longe dos solitários C. Ronaldo e Higuaín, e sobretudo sem o apoio ofensivo e a profundidade de um lateral, neste caso Sergio Ramos. 

Não me oponho a que Ozil jogue mais recuado, mas para isso, necessitará de ter na frente, extremos bem abertos nas alas e laterais com bastante mobilidade.

Cedo reparai que este não era o verdadeiro Real Madrid, e Mourinho notou que algo estava mal. Decidiu não fez alterações ao intervalo, quem sabe impulsionado pelo empate oferecido por Hummels, e errou!

Quando as fez, já era tarde. A mudança táctica acontece com a entrada de Di Maria para o lugar de Modric, empurrando o já desgastado Ozil para o seu habitat natural, o meio campo, tarde de mais! Desmotivado, cansado e sem soluções, não era capaz de conduzir o Real na pior fase do jogo.

Fácil é, falar ou escrever após os acontecimentos, mas a previsão já o indicava, era necessário ultrapassar a primeira linha de pressão. Não era necessário ter mais jogadores no meio campo, mas sim, laterais e extremos de raiz, defendendo e atacando, e um bom condutor de jogo em transição rápida, causando desequilíbrios e abrindo o jogo no meio campo, dando mais espaço a Xabi Alonso.

Preparei um pequeno exemplo do jogo Dortmund-Malaga, onde se vê claramente a passagem da primeira linha de pressão, e a consequente descompensação na defesa do Dortmund. 

Na primeira imagem vemos a importancia da tal referencia no ataque, ganhando a luta com a linha defensiva, ultrapassando directamente ou através de segundas bolas, a primeira linha de pressão indicada na figura. Isto é trabalho do verdadeiro 9, Lewandowski é eximio neste tipo de lances, e tanto Pepe como Varane, tiveram muitas dificuldades em parar o jogador polaco.

O Real Madrid, não tem nenhum 9 com estas características.




Nesta segunda imagem, verificamos a descompensação na defesa alemã, a fragilidade defensiva de uma defesa bastante adiantada e uma quantidade enorme de espaço entrelinhas.











Numa outra jogada, vemos a importancia dos laterais e extremos em ultrapassar a linha de pressão. Seja em tabela, ou em lance individual, é importante desequilibrar nas alas, chamar os médios defensivos e os extremos do Dortmund, dando espaço aos criativos do Real Madrid. Os merengues foram capazes de desequilibrar, pontualmente mas apenas pelo lado esquerdo.






Finalmente, após ultrapassar essa primeira linha de pressão, verificamos uma vez mais, a descompensação na defesa das abelhas, e enorme espaço entrelinhas.











O Real Madrid jogou frente ao Dortmund, uma vez mais remendado, mas desta vez, o erro foi do “Special one”. Mourinho e a sua equipa técnica erraram na táctica inicial e demoraram muito tempo a tentar reconstruir a identidade única, que caracteriza os madrilenos.

Estejam atentos à previsão do embate da 2ª mão

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